O
vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar
Mendes, pediu a Polícia Federal (PF) que investigue indícios de
irregularidades nas prestações de contas da campanha presidencial da
presidente Dilma Rousseff. A apuração policial faz parte das diligências
relacionadas ao pedido de cassação de mandato feito pelo PSDB contra o
PT. A informação é da revista Istoé.
De acordo com a revista,
Mendes encaminhou ofício à PF no último dia 29 de junho mas até agora a
corporação ainda não definiu pela abertura de inquérito. Mendes pediu
que a PF apure detalhes relacionados à prestação de serviços da Focal
Comunicação Visual, que recebeu R$ 24 milhões da campanha de Dilma. O
ministro também quer saber maiores detalhes sobre os contratos da
empresa VTPB que trabalhou na campanha petista ao custo de R$ 23
milhões.
Segundo informações da Istoé, existe suspeitas de que
tanto a Focal, quanto a VTPB receberam dinheiro do esquema de desvios de
recursos da Petrobras. As transações, conforme a delação premiada do
dono da UTC, o engenheiro Ricardo Pessoa, foram fruto de negociações do
atual ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva.
“A
iniciativa de Gilmar abre mais um flanco para um possível afastamento
da presidente Dilma. Embora já haja um processo em curso no TSE
destinado a apurar irregularidades na campanha, a entrada da PF na
investigação pode agregar novos elementos ao caso”, informa a Istoé.
“No
material encaminhado por Gilmar à PF há ainda indícios de emissão de
notas fiscais frias e ocultação de despesas. A análise das notas
registradas no site do TSE indicam inconsistências, duplicação de
valores e interrupção na sequência de notas emitidas”, complementa a
publicação.
Na próxima terça-feira, está previsto o depoimento
de Ricardo Pessoa no processo contra Dilma no TSE. No pedido de cassação
feito pelo PSDB, o partido alegou, entre outros argumentos, que a
campanha de Dilma e Temer praticou abuso de poder econômico, por ter
recebido doações de empreiteiras investigadas na Lava Jato que superaram
a soma das despesas de todos os demais candidatos à Presidência da
República, nas eleições de 2014. CongressoemFoco,
Francisco Evangelista
Maurilio Costa