quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Síria 3º País na classificação da perseguisão religiosa

 Síria

À medida que o
conflito civil na Síria se torna cada vez mais grave, a violência
direcionada contra os cristãos tem escalado. A oposição síria está se
‘islamizando’ de forma crescente e os cristãos têm se tornado mais
vulneráveis em todas as esferas da vida. Relata-se que muitos cristãos
foram raptados, feridos ou mortos e muitas igrejas foram danificadas ou
destruídas. Em 21 de outubro do ano passado, milícias radicais islâmicas
invadiram o antigo assentamento cristão de Sadad e mataram pelo menos
45 pessoas.

Ore:• Pela proteção dos cristãos que escolheram

permanecer na Síria para servir suas comunidades.
• Para que os colaboradores da Portas Abertas possam levar alívio a milhares de famílias cristãs desalojadas.
• Por um final pacífico ao conflito que tem assolado o país.

A Igreja e a Perseguição Religiosa


A Igreja


A Síria é muito significativa na história do cristianismo; Paulo se
converteu a Cristo enquanto estava a caminho de Damasco, estabelecendo a
primeira Igreja organizada cristã de Antioquia, na antiga Síria. Há
indícios de que existiam cristãos na Síria antes mesmo da conversão do
apóstolo Paulo, já que ele estava a caminho de Damasco para capturar
possíveis cristãos quando se converteu (Atos 9.1-19).


A Igreja Ortodoxa Grega afirma que sua história na região remonta à
época da queda de Jerusalém, quando o centro do cristianismo no oriente
passou a ser a cidade de Antioquia. Embora estivesse localizada no atual
território da Turquia, Antioquia exercia influência sobre a Síria
devido à sua proximidade geográfica.


Católicos e protestantes só se estabeleceram na Síria a partir do
século XVIII. A influência do cristianismo ocidental sobre o país
tornou-se forte a partir de 1890, principalmente devido à influência das
escolas cristãs sobre os governantes sírios.
As igrejas
evangélicas, caracterizadas pelas atividades evangelísticas, têm mudado a
comunidade cristã do país, apesar das pressões que sofre.


Atualmente existem mais de dois milhões de cristãos no país,
correspondendo a 10% da população síria. A maior igreja do país é a
Igreja Ortodoxa Grega de Antioquia.


A Perseguição


A Constituição garante liberdade religiosa. É normal que as
cerimônias religiosas sejam anunciadas pelo toque dos sinos,
alto-falantes podem ser usados para que os cultos sejam ouvidos nas ruas
e as lojas cristãs podem fechar aos domingos. As igrejas registradas no
governo são respeitadas na sociedade e sua situação é bem aceitável.
Mas,
se por um lado, o governo está aberto ao cristianismo e às igrejas, por
outro, possui laços com grupos fundamentalistas que são contrários aos
cristãos.


As autoridades tentam controlar tudo no país, mantendo a polícia
secreta por toda parte. Para quem anda de acordo com o sistema, não há
nadar a temer, mas quem desobedece sofre oposição. Evangelizar, por
exemplo, é proibido pelo sistema. Então, se os cristãos não perturbarem a
ordem e a harmonia social, eles têm liberdade para realizar seus
cultos.


Os ex-muçulmanos sofrem com a desconfiança que paira na sociedade,
causada pela polícia secreta. Eles têm medo de contar sua história às
pessoas, mesmo aos amigos. E a Igreja, por sua vez, tem medo de receber
esses convertidos, pois desconfia que possam ser agentes do governo
disfarçados - o que não é impossível de acontecer.


Há também a pressão que a família e a sociedade aplicam aos que
abandonam o islamismo. Essas convenções sociais fazem com que a
conversão de um muçulmano ao cristianismo seja muito rara. Em muitos
casos, a pressão social força os que se comprometeram em tais conversões
a se mudar para o interior ou a deixar o país, a fim de praticar sua
nova religião abertamente.


História e Política


Situada no Oriente Médio, entre o continente europeu e Israel, a
Síria possui um grande território, que se estende do Mediterrâneo em
direção ao leste, incluindo montanhas, grandes áreas desérticas e a
bacia do rio Eufrates. Sua faixa litorânea é separada da região oriental
por duas estreitas cadeias de montanhas. No extremo sudoeste do país,
encontram-se as Colinas de Golan, área ainda disputada com Israel. Seu
nome provavelmente faz referência ao antigo Império da Assíria, que os
gregos chamavam  de Sýroi.


A atual Síria foi o centro das civilizações mais antigas do mundo:
sua história teria começado cerca de 3.000 anos antes de Cristo, com a
criação de dois reinos denominados Ebla e Mari. Devido ao seu
crescimento no comércio, às terras férteis irrigadas pelo Eufrates e ao
desenvolvimento cultural, esses reinos foram disputados por grandes
Impérios, como Mesopotâmia e Egito. Ao longo de sua história, diversos
povos e impérios habitaram e dominaram seus territórios: acádios,
amorreus, babilônios, hititas, assírios, persas, gregos (macedônios, com
Alexandre, o Grande) e romanos. Sob o domínio da cultura helênica
(grega), foi o centro dos reinos selêucidas*. No século I a.C., o
domínio da região passou para o Império Romano.


No século VII d.C., a Síria foi conquistada pelos árabes muçulmanos
após duras batalhas contra o Império Bizantino. Os principais impérios
islâmicos dominaram a Síria (Omíadas, Abássidas, Mamelucos); Damasco foi
a capital do Califado Omíada. Do século XVI ao XX, o país ficou sob
controle do Império Turco-Otomano. Ao fim da primeira guerra mundial
(1918), a Síria foi dividida em duas partes: uma administrada pela
França (Síria e Líbano) e a outra, pela Grã-Bretanha (Iraque, Palestina e
Transjordânia, atuais Israel e Jordânia respectivamente).


Em fevereiro de 1958, a Síria uniu-se ao Egito para formar a
República Árabe Unida. Em setembro de 1961, as duas entidades
separaram-se e a República Árabe da Síria foi restabelecida.


Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, a Síria perdeu as Colinas de Golan
para Israel. Em novembro de 1970, Hafiz al-Asad, membro do Partido
Socialista, tomou o poder em um golpe e trouxe estabilidade política ao
país. Depois da morte do presidente Hafiz, seu filho, Bashar al-Asad,
foi aprovado como presidente por referendo popular, em julho de 2000.


As tropas sírias posicionadas no Líbano desde 1976 foram retiradas em
abril de 2005. Durante o conflito entre Israel e o Hezbollah, de julho e
agosto de 2006, a Síria colocou as suas forças militares em alerta, mas
não interveio diretamente em nome do Hezbollah, seu aliado.


As revoltas que derrubaram ditadores em alguns países do mundo árabe,
conhecidas como “primavera árabe”, também chegaram à Síria, onde grande
parcela da população deseja ver a queda do governo de Bashar al Assad; a
outra parte, porém, por medo de partidos radicais islâmicos tomarem o
poder, apoia e defende sua permanência no governo, desde que reformas
constitucionais sejam feitas.


*O Império Selêucida foi um estado político helenista
que existiu após a morte de Alexandre III da Macedónia, cujos generais
entraram em conflito pela divisão de seu império. Recebeu este nome
porque o general que herdou essa parte dos territórios deixados por
Alexandre, se chamava Seleuco. Entre 323 e 60 a.C. existiram mais de 30
reis da dinastia selêucida.



População


A maior parte dos sírios habita as regiões próximas ao Mediterrâneo.
Refugiados fazem parte da população: mais de um milhão vem do Iraque e
outro meio milhão, da Palestina.
A maioria dos sírios professa o
islamismo sunita, mas há muçulmanos alauítas e drusos, grupos derivados
do islamismo xiita. Há uma pequena comunidade judaica no país.


Economia


A economia da Síria é diversificada e gira em torno dos setores de
agricultura, indústria e energia. Em âmbito mundial e mesmo no Oriente
Médio, a Síria é um pequeno exportador de petróleo, mesmo assim esse
gênero é um dos principais de sua economia.

Perfil de país - Síria

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