segunda-feira, 10 de novembro de 2014

31 anos da morte do petrolinense Nilo Coelho

Há exatos 31 anos Petrolina chorava a morte de um de seus filhos mais ilustres: o então Senador da República Nilo de Souza Coelho, membro mais proeminente da família.

Nilo era médico, industrial, político e foi o primeiro governador de Pernambuco eleito por via indireta depois do Golpe Militar de 1964. Nasceu em 2 de novembro de 1920.

Filho de Clementino de Souza Coelho, conhecido como Coronel Quelé, patriarca de família sertaneja e de Dona Josepha de Souza Coelho. Além de Nilo, o casal teve outros filhos: Dulcinéia, Maria Diva, Gercino, Darcy, Caio, José, Geraldo, Paulo, Osvaldo, Augusto e Adalberto.

Já no colegial se destacou como bom aluno e orador requisitado, logo se tornou líder estudantil e aos poucos se envolveu com a política. 

Nilo estava sempre à frente das passeatas que percorriam o centro de Salvador, onde estudava, conclamando a opinião pública a reagir contra a ameaça nazi-facista. Quando estava no quinto ano do curso de medicina, foi convocado para a guerra, mas não chegou a embarcar para a Itália. Assumiu, no entanto, o compromisso de prestar serviço militar logo depois de formado e, de fato, quando concluiu o bacharelado em 1944, entrou para a Aeronáutica a fim de cumprir estágio na Força Aérea Brasileira, em Campo Grande no Mato Grosso.

Diante do momento político, o pai de Nilo Coelho o convenceu a largar a carreira médica e retornar a Petrolina para ingressar na política. Mesmo não se identificando plenamente com a ideologia do partido, filiou-se ao Partido Social Democrático (PSD) e começou sua campanha no Sertão, onde pôde contar com o apoio dos chefes políticos das cidades do interior. Foi o candidato mais votado da região, tendo sido eleito Deputado Estadual para o mandato de 1947 a 1950.

Na Assembleia Legislativa, foi primeiro-secretário da Mesa Diretora; Membro da Comissão de elaboração da Carta Constitucional Estadual, 1947; Secretário da Fazenda do Estado de Pernambuco de 1952 a 1955; Deputado Federal em quatro legislaturas, de 1950 a 1966; na Câmara dos Deputados, participou como membro da Comissão de Orçamento e Fiscalização Financeira, de 1955 a 1966, e exerceu o cargo de primeiro-secretário de 1965 a 1966.

Casou, em 1954, com Maria Tereza Coimbra de Almeida Brennand, no Engenho São João da Várzea, residência do tio da noiva, Ricardo Brennand. Tiveram seis filhos: Eduardo, Maria Dulce, Maria Tereza, Maria Carolina, Maria Luciana e Maria Alice.

Em maio de 1966, durante a convenção estadual da Aliança Renovadora Nacional (ARENA) pernambucana, Nilo Coelho foi indicado pelo então governador Paulo Guerra para as eleições indiretas do governo do Estado. Concorreu com dois candidatos, o advogado Eraldo Gueiros Leite e o General Antônio Carlos Murici, Comandante da 7ª Região Militar. Nilo foi eleito pela Assembleia Legislativa do Estado, em 3 de setembro do mesmo ano e tomou posse em 31 de janeiro de 1967, tendo como vice, o Deputado Salviano Machado.

No seu governo, instituiu a Fundação de Desenvolvimento Municipal de Pernambuco (Fiam), órgão encarregado da integração dos programas municipais e estaduais, vinculado à Secretaria do Interior e Justiça. Criou a Companhia de Mecanização Agrícola e os Distritos Industriais de Pernambuco S/A, instituiu ainda o Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (LAFEPE), o Instituto de Pesos e Medidas, a Comissão Estadual de Controle da Poluição das Águas, o Departamento de Trânsito de Pernambuco e substituiu a Imprensa Oficial por uma empresa de economia mista, a Companhia Editora de Pernambuco (CEPE).

Durante o governo de Nilo Coelho, é criado o Projeto Massangano, depois chamado de Projeto Senador Nilo Coelho, formado pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (CODEVASF) com mais de 20.000 hectares, considerado o maior projeto público irrigado do País.

O empenho que Nilo Coelho tinha pela construção de estradas deu a ele o cognome de Governador Estradeiro. Implantou a Fundação de Ensino Superior de Pernambuco (FESP), hoje Universidade de Pernambuco (UPE). Eletrificou mais de 200 distritos, vilas e localidades da Zona da Mata, do Agreste e do Sertão. Concluiu a construção da barragem de Tabocas e muitas outras realizações. Ao deixar o governo, Nilo Coelho afastou-se da vida pública e foi cuidar dos negócios da família.

Em 1978, concorreu em eleição direta ao Senado por Pernambuco, pela ARENA. O núcleo governista teve outro candidato, o ex-governador e industrial Cid Sampaio. Formaram-se, então a ARENA 1 e ARENA 2 com base no princípio da sublegenda. Em oposição aos arenistas candidatou-se Jarbas Vasconcelos, pelo Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Nilo Coelho foi eleito graças a soma dos votos dos dois candidatos da ARENA. Tomou posse em fevereiro de 1979. Foi Vice-Presidente do Senado de 1979 a 1980; Líder do Governo de 1981 a 1982 e Presidente do Senado para o biênio 1983-1985.

Pouco tempo depois de fazer um inflamado discurso no Senado, começou a apresentar sintomas de enfarto, sendo levado ao hospital, onde foi operado, mas não resistiu, falecendo no dia 9 de novembro de 1983.

O presidente Figueiredo decretou luto oficial de três dias, em todo território nacional, pela morte do senador, cujo corpo de Nilo foi trasladado para o Recife. O velório ocorreu no Palácio do Campo das Princesas e o enterro na sua cidade natal, Petrolina. A chegada do corpo do ex-senador ao município foi saudada pelos seus conterrâneos, tendo o féretro percorrido as principais ruas da cidade até chegar à casa da família Coelho.

Nilo Coelho recebeu muitas condecorações, entre outras se destacam: Medalha Pernambucana de Mérito-Classe Ouro; Medalha do Mérito Naval-Comendador; Medalha do Serviço Geográfico Brasileiro; Medalha do Mérito Guararapes; Medalha da Inconfidência; Grã-Cruz da Ordem do Mérito de Brasília; Grã-Cruz da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho; Grande Colar da Ordem do Congresso Nacional. 

Com informações da Fundaj

Nenhum comentário:

Postar um comentário