O prefeito de Petrolina, Julio Lossio, decidiu condecorar com a Medalha Senador Nilo Coelho – a mais alta honraria concedida pelo município a autoridades – o diretor administrativo do Hospital Universitário (HU), Paulo Saad.
A homenagem seria mais uma, não fosse
pelo momento crítico em que mergulhou a saúde pública de Petrolina,
estando o HU bem no olho desse furacão.
Da unidade médica já se ouviu de tudo
(negativamente): pacientes na fila esperando meses por atendimento,
falta de macas, de profissionais, de insumos básicos como soro
fisiológico e gaze. Os relatos vão desde cidadãos que procuraram o HU,
passando por vereadores da Casa Plínio Amorim até a fiscalização do
Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), que confirmou a
precariedade nos serviços. O hospital é o mesmo que foi prometido pelo
reitor da Univasf, Julianeli Tolentino, ao assumir sua gestão
transferida pelo município, a ter um ‘padrão Fifa’ de atendimento.
E Saad, homenageado ontem por Lossio, é
justamente quem deveria fazer o HU funcionar a contento. Mas o Cremepe,
após a última fiscalização na unidade, cogitou até pedir sua exoneração
por colocar em xeque a missão do diretor administrativo.
Blog do Carlos Brito
Por isso há quem diga que medalha a
Saad, em meio a esse turbilhão de críticas que pairam sobre o hospital,
veio num momento inoportuno. Há quem garanta também que a honraria foi
um “soco no estômago” dos petrolinenses e de quem só tem o HU para
cuidar da saúde, e não encontra.
Não se trata aqui de questionar a
competência do diretor administrativo. Ele pode até estar fazendo seu
melhor nessa missão inglória, mas é sabido que os recursos federais
repassados ao hospital ainda estão longe do ideal.
É possível que prefeito esteja querendo
mostrar também, com essa medalha, que Saad não é o inidôneo dessa
história, como quer fazer parecer o Cremepe. Mas se Lossio queria
enaltecer as qualificações de Saad, certamente não escolheu o melhor
momento para isso. (foto: PMP)
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